terça-feira, 29 de setembro de 2009

UMA REFLEXÃO, EM VOZ ALTA, SOBRE OS RESULTADOS ELEITORAIS

As recentes eleições legislativas permitiram eleger um novo parlamento, que irá suportar um novo governo. Não creio, que os resultados tenham constituído grande surpresa. O PS ganhou, perdendo a maioria absoluta. O PSD não se conseguiu assumir como alternativa e o CDS, BE e PCP mantiveram e reforçaram as suas posições.
Em relação ao Concelho de Oliveira do Bairro, os 5583 votos obtidos pelo PSD, demonstram bem a forte matriz social-democrata do Concelho. Este é um eleitorado de centro-direita, que em condições “extremas”, se pode deixar seduzir pelo CDS, mas que no fundo continua a ser eleitorado PSD. Não creio que, para o próximo dia 11 de Outubro, estejam reunidas essas condições “extremas” e por isso não creio que o CDS possa descolar muito daquilo que foram os 2531 votos que obteve para as legislativas. E o PS? Bem o PS obteve 1942 votos, o que foi a maior votação de sempre do PS no Concelho. A repetição dos 1942 votos que o PS obteve nestas legislativas permitiriam ao PS, nas próximas eleições autárquicas, eleger um vereador. De facto, no Concelho de Oliveira do Bairro um vereador é eleito com qualquer coisa como 1300 votos. No entanto, se olharmos para os 665 votos que o BE obteve no Concelho, verificamos que a esquerda não comunista obteve no Concelho 2607 votos. Este universo eleitoral consegue eleger não um mas dois vereadores. No entanto, o que temos visto, em anteriores eleições autárquicas, é que o PS não tem conseguido eleger o seu vereador. Este é talvez o desafio mais interessante destas eleições autárquicas, é perceber se o PS consegue falar a este eleitorado de esquerda, se lhe consegue mostrar que é preferível ter um vereador à esquerda em vez de eleger o terceiro vereador do CDS. Para eleger um vereador à esquerda, o PS não precisa dos votos do centro-direita, precisa apenas dos votos dos homens e das mulheres que se consideram de esquerda. De uma esquerda democrática, moderna, solidária, tolerante e Europeísta, que se pode e deve orgulhar de ter contribuído de forma decisiva para construir o Portugal moderno, que temos hoje. Mas para que esse vereador à esquerda seja uma realidade é necessário que ninguém, destes homens e mulheres, se deixe embalar pela “cantiga do bandido”. E isto não é tarefa fácil!
Armado Humberto

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